Expectativas para o inverno no mercado de vinhos
O mercado de vinhos no Brasil vive um novo momento. Sobretudo após a pandemia, ocasião em que houve um expressivo aumento da demanda nos canais de varejo e de venda online. O período de inverno representa 35% da movimentação do mercado no ano, alta temporada para a bebida por aqui.
Estima-se que, na pandemia, foram consumidos 2,78 litros de vinho por pessoa, o que representaria em escala um aumento de cerca de 30% considerando os dados de 2019, último ano antes do distanciamento social imposto pelo evento global. Foi o que apontou uma pesquisa conduzida pela plataforma CupomValido com dados do Statista, Euromonitor e Nielsen, divulgada posteriormente pela Associação Brasileira de Sommeliers.
Em outra variável, esse salto seria de 25%, considerado relevante em comparação com outros países. Consequentemente, o que se espera agora é que as empresas líderes do setor observem uma regulação na curva de consumo e de vendas.
Ainda com relação à pandemia, este foi o momento em que o mercado registrou a entrada de novos players, seja importando diretamente suas próprias linhas ou revendendo multimarcas. Sem considerar o crescimento das entradas de produtos por descaminho, em especial da Argentina para o Brasil, cujas ofertas geralmente são negociadas informalmente via aplicativos de mensagens.
Tais fatores foram cruciais para que o mercado permanecesse inflado com a oferta em níveis maiores do que a demanda. E, assim, foi percebido um estoque maior do que é comum até o fim de 2023.
De todo modo, a queda maior, de 6% em valor, deu-se nos produtos de entrada, que são os vinhos comercializados com valores de até R$39. Por outro lado, os produtos considerados premium e super premium mantiveram um crescimento de 34% em valor e devem continuar a crescer em 2024.
Nesse cenário, os maiores players supermercadistas realinharam seus níveis de estoque e a expectativa é de que eles registrem um giro mais adequado em 2024. Desta forma, tudo indica que voltaremos a ter uma curva positiva no comércio de vinhos neste inverno.
No que diz respeito aos estilos de consumo, com as altas temperaturas destacadas em todo o Brasil de janeiro até agora, os vinhos brancos tiveram maior procura em sites e prateleiras por todo o Brasil.
Importância do inverno para a comercialização de vinhos
Em geral, a estação mais fria do ano é considerada tradicionalmente como um período que movimenta o mercado de vinhos em aproximadamente 35% nos diferentes canais de venda. No varejo, por exemplo, diversas ações são colocadas em prática ganhando, assim, mais espaço de exposição de produtos no ponto de venda.
Além disso, o varejo igualmente faz um cross selling com produtos de outras categorias que complementam o momento de consumo. Entram aqui itens como queijos e embutidos. Por sua vez, nos restaurantes o produto pode ser mais convidativo do que outras bebidas.
Esse cenário se mostra factível quando retomamos o dado de 2022, em que a distribuição B2B ficou mais movimentada entre os meses de maio a agosto, momento em que geralmente ocorre o abastecimento do mercado. Já em 2023 foi avaliado um crescimento de 6%, enquanto o mercado andava para trás em 7%. Em razão desse último ponto, diversas ações foram desenvolvidas para cada canal e marca durante o período, a fim de ativar o mercado e atrair consumidores.
Para o inverno deste ano, a expectativa de vendas é de manter o ritmo de crescimento. Será proposto ao mercado condições comerciais diferenciadas, marcas relevantes e de alto nível de busca, disponibilidade de estoque para cobrir qualquer demanda extra, serviços e campanhas direcionadas e personalizadas para cada cliente.
No quesito dos tipos de vinhos mais procurados, em razão de o Brasil ser um país continental e com alteração de temperatura em diferentes regiões, nota-se que o mercado tem 70% do seu consumo em vinhos tintos com média de preço de R$ 39. Nesse contexto, os estilos preferidos dos brasileiros são os Cabernet Sauvignon chilenos, os Malbecs argentinos e os blends portugueses, estes últimos cuja produção inclui diferentes uvas em um mesmo rótulo.
Vale ressaltar, que, como parte dessa perspectiva para o mercado de vinhos, ainda será necessário observar se parte dos estoques nacionais do Rio Grande do Sul foi impactada e como isso irá repercutir na temporada.
Fonte: Mercado e Consumo
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