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Camila Cenci
Camila Cenci
- Vinhos
01 Nov 2024 -

Sustentabilidade é o foco das vinícolas ao redor do mundo

No setor vitivinícola, diversas vinícolas ao redor do mundo têm se destacado, adotando práticas que não apenas reduzem emissões de carbono, mas também promovem justiça social e economia sustentável, com o objetivo de mitigar os efeitos desse cenário climático caótico.
Sustentabilidade é o foco das vinícolas ao redor do mundo

As queimadas devastadoras de 2024, que já destruíram diversos biomas e áreas de cultivo em todo o Brasil, assim como inundações de maio no Rio Grande do Sul, que afetaram milhares de pessoas, evidenciam os impactos cada vez mais graves das mudanças climáticas.

Esses eventos reforçam a necessidade urgente de ações sustentáveis em todos os setores, especialmente na agricultura, que aliás, é a primeira a sentir os efeitos das enchentes ou queimadas.

No setor vitivinícola, diversas vinícolas ao redor do mundo têm se destacado, adotando práticas que não apenas reduzem emissões de carbono, mas também promovem justiça social e economia sustentável, com o objetivo de mitigar os efeitos desse cenário climático caótico.

As definições nem sempre são as mesmas e talvez por isso as interpretações também. A própria palavra sustentabilidade tem origens bastante recentes. Acredita-se que foi cunhada em alemão pela primeira vez e o termo original era Nachhaltigkeit, que significa “rendimento sustentado”.

Ele teria aparecido pela primeira vez em um manual de silvicultura publicado em 1713 e foi usado para significar nunca colher mais do que a floresta pode regenerar. O termo apareceu em inglês a partir de meados do século XIX, assim como em português. 

Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu que o desenvolvimento sustentável “é o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”.

Em 2005, a ONU apontou a tridimensionalidade (ambiental, econômica e social) do conceito de sustentabilidade. Ou seja, mais do que apenas uma preocupação ecológica, definiu-se que abrangia uma visão mais ampla de “meio ambiente” considerando questões de equilíbrio econômico e ações de equidade social, além de, obviamente, a premência climática – que tem cada vez mais mostrado seus efeitos nocivos em eventos caóticos e catastróficos em diversas partes do globo. 

Sendo assim, as empresas, especialmente as que estão envolvidas com a agricultura – talvez a área mais sensível ao problemas climáticos –, estão trabalhando em outras frentes que vão muito além dos cuidados para uma produção de baixo impacto ambiental, estando atentas também às questões econômicas e sociais. E alguns dos líderes nesse campo são da indústria do vinho. 

Talvez o maior porta-voz das questões de sustentabilidade na vitivinicultura atualmente seja a família Torres, da Espanha. Em uma entrevista para a revista Meininger’s, em 2015, Miguel Torres Maczassek, afirmou: “A mudança climática é apenas um aspecto. Estamos especialmente preocupados com a compatibilidade e sustentabilidade ambiental. Meu pai reconheceu a urgência dessas questões”.

Assim, em 2008, eles criaram o programa Torres & Earth, com o propósito de reduzir as emissões de carbono da empresa. Eles atingiram a meta de 30% menos CO2 por garrafa em 2019, um ano antes do previsto e, até 2030, estão comprometidos em alcançar uma redução de 55%. 

Em 2019, juntamente com a Jackson Family, dos Estados Unidos, eles criaram a organização International Wineries for Climate Action, para incentivar outras vinícolas a se comprometerem com as questões climáticas e sustentáveis – com regras bastante rigorosas para o ingresso e metas ambiciosas para o corte de emissões de carbono.

Lembrando, porém, que consideram as emissões no âmbito geral, ou seja, não apenas as suas próprias, mas as de terceiros. Segundo a Torres, 88,2% das emissões de cada garrafa de seu vinho vêm de fornecedores e distribuidores.

Fonte: Revista Adega

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