Vinhos do DF se Destacam por Alta Concentração de Compostos Benéficos à Saúde

A vitivinicultura brasileira está vivendo um momento histórico de transformação — e o Distrito Federal se consolida como um novo protagonista desse cenário. Com um terroir único e técnicas modernas de manejo, os vinhos da região vêm chamando a atenção de especialistas no Brasil e no exterior. O destaque da vez vai para a variedade Syrah, cultivada no Cerrado de Altitude, que apresentou resultados surpreendentes em uma pesquisa científica apoiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
Pesquisa científica comprova: qualidade surpreendente no Syrah do DF
Realizado entre 2023 e 2025, o estudo contou com a coordenação do Dr. Rafael Lavrador Sant’Anna (Instituto Federal de Brasília - IFB), em parceria com a Dra. Caroline Dani (ABS-RS) e a Dra. Fernanda Spinelli (Laren-RS/SEAPI e OIV). A pesquisa investigou a composição físico-química e fenólica de nove Syrahs das safras de 2022 e 2023, seguindo metodologias oficiais da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e do MAPA.
O objetivo não era apenas avaliar a qualidade sensorial, mas também identificar compostos com benefícios à saúde, comparando os resultados com vinhos consagrados do Velho e Novo Mundo — como França, Itália, Austrália, África do Sul e Argentina.
Dados que impressionam: Syrah do DF supera ícones mundiais
Os resultados revelaram que os vinhos do Cerrado de Altitude apresentam altíssimos níveis de compostos fenólicos, antioxidantes e pigmentos naturais, essenciais para cor, corpo, longevidade e estrutura do vinho — além de agregarem potenciais benefícios funcionais à saúde. Confira:
Principais compostos analisados e comparações internacionais:
1. Resveratrol (cardioprotetor e neuroprotetor):
DF: até 12,08 mg/L
Austrália (Barossa): 3,85 mg/L
França (Bordeaux): 2,9 mg/L
Itália (Toscana): 3,2 mg/L
2. Catequinas e Epicatequinas (taninos antioxidantes):
DF: 49,70 mg/L
França (Vale do Rhône): 20 mg/L
África do Sul: 17,76 mg/L
Espanha (Rioja/Priorat): 18–25 mg/L
3. Antocianinas (cor intensa e identidade varietal):
Malvidina – DF: 17,90 mg/L | França: até 11 mg/L | Argentina: até 9,75 mg/L
Cianidina – DF: 46,84 mg/L | Argentina: até 10,8 mg/L
Delfinidina – DF: 46,84 mg/L | Argentina: até 22 mg/L
Além disso, os compostos fenólicos totais nos vinhos do Cerrado chegaram a uma média de 72,88 mg/L, superando regiões tradicionais como Hunter Valley, Austrália, que apresenta média de 54 mg/L.
Dupla poda: a técnica por trás do sucesso
Um dos grandes diferenciais dos Syrahs do DF é a técnica da dupla poda, que permite a colheita no inverno, em condições ideais de maturação. Isso garante uvas mais concentradas, com maior acúmulo de açúcares e compostos fenólicos, resultando em vinhos mais encorpados, complexos e com excelente potencial de guarda.
O terroir do Cerrado de Altitude, com solos variados e clima seco, confere aos vinhos uma identidade única, reforçando o potencial para o reconhecimento como Indicação Geográfica (IG) — um passo importante para consolidar a autenticidade da produção local.
“A alta concentração de compostos fenólicos nos vinhos do Cerrado de Altitude não apenas reforça a identidade desse terroir, mas também evidencia seu potencial para reconhecimento internacional.”
— Dra. Caroline Dani
Vinho que é saúde: benefícios além do sabor
Os compostos presentes nos Syrahs do DF não influenciam apenas a estrutura e longevidade dos vinhos — eles também oferecem vantagens para o bem-estar:
- Resveratrol: combate doenças cardiovasculares e neurodegenerativas;
- Antocianinas: fortalecem o sistema imune e a saúde intestinal;
- Catequinas: ação anti-inflamatória e antioxidante, ajudando na longevidade celular.
Importante lembrar: os benefícios à saúde são percebidos com o consumo moderado — cerca de 125 ml por dia, e apenas para maiores de 18 anos.
O futuro é agora: DF na vanguarda da vitivinicultura nacional
O investimento da FAPDF, no valor de R$ 1,5 milhão, representa mais do que apoio à pesquisa: é um passo estratégico para fortalecer a vitivinicultura como vetor de desenvolvimento sustentável no Distrito Federal. Com reconhecimento técnico, inovação agrícola e um produto de alto valor agregado, o vinho brasiliense começa a conquistar paladares e prêmios — dentro e fora do país.
Com vinícolas como Oma Sena, Marchese, Ercoara, Alto Cerrado, Horus, Villa Triacca, Casa Vitor, Miro, Monte Alvor e Vista da Mata, o enoturismo na região também cresce, abrindo as portas para uma nova experiência de cultura, ciência e sabor.
Autoria de Camila Cenci por WMB Marketing Digital
Gostou do conteúdo e quer saber mais dicas? Acesse o meu portal ou ative as notificações das minhas redes sociais!